Certa vez um amigo me contou de um momento especial que teve em uma viagem que fez ao México, em um ritual que se lhama Temazcal .
Ele me descreveu alguns passo a passos do ritual, como se sentiu, do calor do local, a palavra que era gritada e o significado dela, confesso que ao ouvir não acompanhei toda a história, eu estava mais atenta as expressões, era perceptível como aquele momento tinha marcado a vida dele. E isso me mostrou a limitação das palavras.
Compreender que o que ele viveu até ser processado por ele mesmo, ser gerado um entendimento, nesse caminho muita coisa se perdeu até chegar a mim.
Falo por mim, vivi muita coisa que até hoje ainda estou processando. Ouvi muitas histórias que ainda reconto na minha cabeça e ainda me travo nas palavras, principalmente quando se trata de algo voltado a espiritualidade, é como se eu soubesse o que é, mas ainda não sei o nome ou não sei de que forma tornar aceitável para o outro receber essa informação.
É como se cada momento intenso que acabamos vivendo fosse gerado uma energia dentro do nosso ser. Como se tivesse sido vivido pelo nosso espírito e não tivesse língua que as articulasse. Não tem esta de estar ou não com uma câmera, a vida não pode ser interrompida, a quebra impossibilita a chegada a uma nova consciência. Porque tudo que se é vivido é muito maior. Os registros externos devem ser só uns 2% de tudo que que se foi passado. O principal registro está circulando dentro de nós, vivo.
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